quinta-feira, 3 de julho de 2014

REFLEXÃO SOBRE A LIBERTAÇÃO DO ESPÍRITO

REFLEXÃO SOBRE A LIBERTAÇÃO DO ESPÍRITO


            Disse-nos nossa mãe Clarividente: Não podemos ficar alheios ao nosso passado, no que fizemos ou deixamos de fazer, pois no ciclo evolutivo da vida não podemos deixar marcas por onde passamos. Às vezes, por inconsciência, vaidade ou mesmo auto-afirmação, prejudicamos alguém e continuamos nossa marcha como se nada tivesse acontecido, mas, um dia, vem o reencontro, tem que haver o reencontro, e a prisão, é o meio mais sutil, pois há amor e consciência, (...).
            Após essa introdução, Tia Neiva conta a história de ARAGANA, onde afirma que hoje ela é um espírito evoluído, uma Guia Missionária. Porém, em sua estadia terrena assassinou seu marido, o qual morreu com muito ódio e ficou aprisionado na escuridão. ARAGANA, por ser um espírito bom e trabalhador nos mundos espirituais, não podia retornar à Terra, nem tampouco retornar à sua origem, por estar em débito com aquele espírito, seu obsessor. Reuniu-se um Conselho de Entidades, incluindo Ministros e decidiram num plano superior fazer um Tribunal para julgar ARAGANA na presença daquele espírito sofredor, que sentia por ela um ódio terrível. Deu-se início ao julgamento. Foi um choque para ARAGANA que chorava muito, sentindo vergonha daqueles que se achavam presente naquele cenário, Cavaleiros, Guias Missionárias e Ministros. Após os intensos debates, o espírito foi sendo doutrinado e o amor de ARAGANA alcançou a mente e o coração daquele espírito, pondo-se fim aquele sofrimento. A libertação total daquele espírito proporcionou-lhe fácil adaptação, tornando-se tempos depois um Cavaleiro da Legião do Divino Mestre Lázaro.
            A libertação de um espírito acrisolado no ódio não decorre apenas da vontade unilateral de quem deseja libertar-se. É uma relação bilateral em que a vítima e o algoz devem estar em condições de merecerem, reciprocamente, essa libertação. Em linhas gerais, um espírito que desencarnou com ódio, pelo fato de seu oponente ter-lhe causado um grande mal, seja de ordem física, material ou moral, não se conforma enquanto não for feita a reparação do mal cometido. Na verdade, o desejo de quem se tornou vítima é fazer com que seu algoz sofra as mesmas agruras que ele, vítima, sofrera em um passado distante. Se ele desencarnou por que lhe retiraram a vida, idêntico desejo ele cultivará em seu interior, no que tange a quem foi responsável por esse ato. Assim, não sossegará enquanto não alcançar esse objetivo. Nesse caso é o que se chama reajuste fatal. O perseguido paga o seu débito transcendental com sua própria vida. Essa forma de reajuste, normalmente decorre da ação implacável dos elítrios que são instalados no próprio perispírito (macro-plexo ou plexo etérico). Esse tipo de cobrança espiritual resulta na detecção de doenças graves em que a medicina terrena não encontrou, ainda, um medicamento para afastá-las.
            Nenhuma enfermidade, porém, se manifesta no espírito em débito, sem que antes seja dado a este a feliz oportunidade de redimir-se por amor. A reencarnação é programada pelo próprio espírito que deseja evoluir-se. Antes de partir para a jornada terrena ele se reúne nos mundos etéricos com seus mentores, guias e entidades que irão auxiliá-los em sua trajetória cármica, bem como faz suas juras e assume os compromissos para o reajuste de seus débitos, o qual não é obrigado a assumi-lo, porém tão logo o assuma terá que pagar centil por centil. Assim, tudo é previamente acordado e, diga-se de passagem, nos mínimos detalhes. Cada ser encarnado leva consigo um pesado fardo, resultado dessas juras e compromissos assumidos para aquela etapa evolutiva.
            O espírito endividado nos planos etéricos só encontra a dor e a angústia, pois sofre o constante assédio dos espíritos que ele prejudicou em encarnações pretéritas, os quais o perseguem ininterruptamente. O sofrimento desse espírito cujo débito é imenso só encontra alívio, quando ele se dispõe de livre e espontânea vontade a reparar todo o mal que praticou.  A partir dessa vontade ele é colocado em uma imensa fila de outros espíritos que estão igualmente dispostos a enfrentarem o processo de regeneração e redenção espiritual. Todos pretendem se redimirem de seus tristes atos. Nessa fila podem permanecer por diversos anos, até que sejam retirados por padrinhos que se predisponham a acompanhá-los em sua estadia terrena.
            Esses padrinhos, em sua maioria, são velhos contemporâneos do passado, quiçá até membros de sua família espiritual em estágios evolutivos mais elevados. O propósito deles é contribuir para que seus tutelados possam cumprir com amor os compromissos firmados, pagando com amor suas vítimas do passado, para, ao final, poderem retornar em paz e obterem o salvo-conduto para retornarem às suas origens, sempre com absoluto respeito ao livre-arbítrio desses espíritos a caminho de Deus.
            Não é tarefa fácil essa empreitada. Cada um desses espíritos, já tem programado em sua rota cármica, com pequena margem de erro, o instante em que estará se reencontrando com suas vítimas. Algumas destas estarão como ele, reencarnadas. Outras, porém, por não terem tido a oportunidade de reencarnarem ou por não terem aceitado a reencarnação - alguns por meros princípios religiosos -, farão suas cobranças na qualidade de espíritos desencarnados.
A senda da reencarnação se sujeita, pois, a toda sorte de imprevisto. Nunca se sabe se o espírito concluirá com êxito o caminho que se propôs a trilhar. Muitos não resistem às primeiras provações. Outros se acovardam e se põem em retirada. Alguns, além de não adimplirem seus débitos ainda contraem outros, agravando ainda mais sua situação transcendental. Inúmeros são os espíritos que se entregam aos vícios terrenos, figurando entre os principais, o álcool, o tabaco, as drogas ilícitas, além daqueles que passam a cultivar sentimentos inferiores, tais como a luxúria, a cupidez, a soberba, o orgulho, a vaidade, a ambição, a inveja, a gula, o egoísmo, a ira, entre outros. É muito fácil um espírito se enveredar pelo caminho do infortúnio, do retrocesso. É nessa via de mão única que esse espírito irá desperdiçar sua rica oportunidade reencarnatória.
            Nesse ponto vem a calhar a preciosa lição da Clarividente Neiva: são fáceis os contatos físicos nos mundos físicos quando não temos muita terra no coração. Porém, com o coração pesado só encontramos a dor e a angústia do espírito conturbado pela subdivisão dos seus três reinos no Sistema Coronário. (...). Porque a tua alma divina exige o teu bom comportamento.
            Nessa mesma missiva, Tia Neiva nos adverte: Quando embarcamos nesta viagem viemos equipados do bem. Assumimos um compromisso o qual não fomos obrigados, porém tão logo chegamos pagamos centil por centil do que prometemos.
            A verdade que emerge dessas reflexões é uma só. O espírito tem consciência de tudo que assumiu e jamais poderá alegar em seu favor que foi induzido a erro por terceiros. Nesse ponto vale a lembrança de que nossos mentores respeitam nosso livre-arbítrio e não interferem em nossas atitudes, mesmo que estas atentem contra suas próprias metas e juras transcendentais. Nesse ponto é importante ressaltar: por maior que seja o débito a ser reajustado, por maiores que sejam os compromissos feitos por esse espírito, ele sempre será dotado de condições de suportar as provações, visto que a ele será dada a oportunidade de pagar com amor o que destruiu por não saber amar.
            Seguindo esse raciocínio, ninguém é responsável pelos nossos fracassos. A dor não vem do céu e sim de nossas próprias falhas, nos diz o Simiromba de Deus, Seta Branca nosso Pai. Atribuir aos outros a culpa de nossos fracassos e erros é transferir aos outros um fardo que a eles não pertence. Não devemos olvidar de que Deus Pai Todo Poderoso, em sua infinita misericórdia, jamais irá colocar fardos pesados em ombros frágeis. Cada um  dispõe de força e de capacidade para suportar o peso de sua cruz.
            Todo espírito em trânsito por estes carreiros terrestres tem a oportunidade de reparar seus males por amor, posto que o sofrimento é apena o feliz instrumento dos espíritos endurecidos, sem fé em Deus Pai Todo Misericordioso. Observem que o espírito embora dispondo da escolha de se reajustar por amor, onde lhe é oferecido a oportunidade de trabalhar na seara do amor ao próximo e, assim, praticar a caridade sofredora ou trabalhar na Lei de Auxílio, como se diz no Amanhecer, se ele deliberadamente decide se enveredar por caminho oposto ao que ele assumiu, não deixará de continuar seu processo evolutivo, porém desta feita optará pelo caminho do sofrimento e da dor, visto que ficará a mercê de suas próprias vítimas, razão pela qual passará pelos mesmos dissabores, padecimentos  e infortúnios sofridos por suas próprias vítimas.
            A lei dos mentores é a lei do amor e não da vingança, como é a lei daqueles que um dia os prejudicamos. Se não tivermos a inteligência, a percepção para entendermos que somente o trabalho constante na Lei de Auxílio é que nos leva à evolução, é porque desejamos trilhar o caminho mais sofrido, mais dolorido. A opção por essa forma evolutiva também é respeitada pelos mentores. Nessa hipótese nos sujeitamos à Lei de Causa e Efeito em sua forma tradicional: o que se fez na Terra aqui se paga, como já dizia nossos antepassados.
            No Amanhecer o trabalho de prisioneiro é o instrumento feliz da libertação do médium e de suas vítimas. Dependerá da conduta do prisioneiro. Se ele encarar esse trabalho com amor, responsabilidade, respeito, terá grande chance de se libertar de um espírito que o vem atormentando há séculos, cujo triste propósito é encontrar seu algoz para um reajuste trágico, às vezes até fatal. Porém, através dos bônus e trabalhos mediúnicos feitos por esse prisioneiro ele terá as condições de aliviar o ódio e o sentimento de vingança, os quais estão impregnados nesse espírito a que ele se propõe libertá-lo.
            Dependendo do quadro transcendental entre o prisioneiro e sua vítima, os bônus adquiridos naquela prisão não são suficientes àquela libertação. Não obstante, com certeza, amenizará seu ódio e rancor por aquele prisioneiro. A cura desobsessiva ou cura do espírito, na verdade, é um processo demorado. Basta imaginar que determinados espíritos foram por diversas vezes prejudicados por um de nós quando, na verdade, tínhamos o compromisso de resgatá-lo. Essa impossibilidade de resgate gerou apenas mais revolta e ódio nesse espírito, levando-o às vezes a se tornar feroz obsessor. O obsessor nessas circunstâncias fica totalmente alucinado, cego, surdo e mudo. Sua cobrança é avassaladora.  Ele será capaz de produzir verdadeiro estrago na vida de seu algoz, induzindo-o, às vezes, a cometer delitos criminais que redundarão em seu recolhimento aos cárceres, onde terá de privar-se de um dos bens mais preciosos para o espírito em trânsito na terra, que é a liberdade de ir e vir, sem prejuízo, é claro, de padecer das demais agruras existentes nos seios destas penitenciárias.
            É comum um espírito obsessor levar sua vítima à completa miséria. Ele se empenha com toda sua alma para que sua vítima, de maneira fácil e desonesta, venha a ocupar os píncaros sociais, fazendo-a amealhar uma riqueza material à custa do prejuízo de outrem e, com agressão à legislação vigente. Quando esse espírito encontra-se nesse patamar de sucesso material, vem o acerto de contas transcendental. Esse tipo de cobrança pode ocorrer com espíritos reencarnados ou através da projeção desse espírito em determinada pessoa, a qual se encarregará de fazer cessar aquela súbita acessão material. Em alguns casos, a dor moral pela derrocada é tão grande que esse espírito se acovarda e comete um desatino contra sua própria vida.
             As cobranças por espíritos obsessores são breves, porém com resultados concretos e imediatos. Um obsessor pode prejudicar toda uma família se esta em um passado remoto o tiver levado por alguma razão a esse quadro obsessivo. No seio familiar já se tem o ambiente propício aos grandes reajustes. É raro ver-se uma família na mais completa harmonia, no permanente cultivo da união e da concórdia. Entre eles sempre haverá em algum momento desentendimentos, discussões, às vezes até reajustes fatais. É comum em uma família, um de seus integrantes, ser o feliz instrumento da evolução dos demais. É o caso daquele espírito que escolhe encarnar com deficiências físicas, com doenças que nele se manifesta desde tenra idade, com perturbações e transtornos psicológicos, com tendências suicidas, com propensão ao cometimento de crimes, entre outras anomalias que atingem o caráter ou geram  desvirtuamento da personalidade transitória. A cobrança espiritual nesses casos normalmente alcança todo o grupo familiar.    
             O planeta Terra há milênios tem sido o palco da evolução espiritual dos antigos habitantes do Planeta Capela. A cada ciclo ela passa por transformações e experiências variadas, com reflexos em sua estrutura sistêmica. Os três principais reinos do Planeta (animal, vegetal e mineral) são atingidos nessa mudança cíclica. O ser humano é o que mais sofre as conseqüências das modificações ocorridas nessa forçosa transição.
            Destarte, para que haja o progresso evolutivo dos espíritos que estão em trânsito, multivariadas formas de reajustes são oferecidas a todos, os quais de uma maneira ou de outra terão a oportunidade de reparar seus males. Alguns serão levados por seu próprio crepúsculo e serão tragados pela própria natureza. Outros farão seus acertos de contas trabalhando na seara do amor incondicional. Alguns escolherão o caminho do choro e do ranger de dentes.

O fato é que a Terra necessita sair dessa faixa na qual se encontra, faixa essa caracterizada pela Lei do Carma, o que faz deste Plano um mundo tão-somente de expiação e de provas. Urge, pois, que atendamos o chamado de Jesus, o qual nos vem preparando há mais de dois mil anos para sermos o socorro no final desta Era. A arma que temos hoje para enfrentar essa grande batalha é a doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo. É com ela que teremos condições de encaminhar os três cavaleiros do apocalipse, que simbolizam a desventura, a morte, a epidemia e a fome. Estes cavaleiros milenares vêm cavalgando na ira de uma vingança desproporcionada. Cada um deles tem um poder destruidor. Quis a vontade de Deus nos colocar diante desses Cavaleiros. Nossa missão é detê-los colocando-os a caminho de Deus. Somente o Jaguar, o espírito preparado em diversas encarnações, poderá impedir o avanço de tão impetuosos Cavaleiros, Cavaleiros do Apocalipse. Salve Deus!    (Adjunto Ogarian, Mestre Araujo, 30.04.2011).       

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